quarta-feira, 25 de março de 2015

O 2º Encontro Com O Moço Das Batatas Assadas

Se existir ou vierem a criar um prémio para gajo mais nabo no que toca a homens não precisam de indagar para quem é que vai, vai para mim, com uma vitória esmagadora...


Depois de ter feito o moço andar que nem um desalmado da outra vez não me atrevi sequer a sugerir o que quer que fosse, visto que ele andava com desejos de frango assado e isso podia significar que afinal estávamos a ter um encontro a três, if you know what i mean.

Lembram-se da pergunta existencial dos caninos do moço? Quem é que vai dizer isso a alguém? Eu. Quem é que promete dar-me uma mordida? Ele.



Ficámos tanto tempo sentado a almoçar que quando me levantei o meu rabo estava quadrado e o meu andar parecia querer dizer aos transeuntes que alguém  me tinha ido ao cu várias vezes, quando na verdade os momentos de maior tensão sexual que ocorreram à mesa se resumiram a um roçar de pernas e quando ele me quer mostrar algo no telemóvel e eu, para impedir que ele começasse a deslizar aquilo à velocidade da luz coloquei a minha mão sobre a dele.  E vocês sabem que as vossas técnicas de tentar criar um clima são merda quando a pessoa que está ao vosso lado repara logo naquilo tudo.




Como é que um encontro entre dois rapazes de 25 e 26 anos se pode tornar ainda mais emocionante? Se vocês disseram "indo para um jardim às moscas e sentando-se num banco a imitar aqueles velhotes reformados" estão correctíssimos.


Àquela altura do campeonato eu sentia que já tinha atingido o fundo do poço e rezava mentalmente para que alguém, algures, me tirasse dali e nem me atrevia a olhar para a cara do N com medo que o olhar dele me fosse tornar em pedra. Mas alguma vez tinha de o encarar a medo que conseguíssemos bater os votos de silêncio das freiras e quando me atrevi a fazê-lo ele riu-se que nem um perdido.


É então que me diz:

" - Estás muito stressado"

Pronto, foi o suficiente para termos "a conversa" e eu deitei aquilo tudo cá para fora.


Não sei se vocês já tiveram "the talk" com os vossos pais mas o que se passou depois foi uma coisa muito parecida. Para a coisa ter sido mais awkward só faltava ter a "I Won't Give Up" do Jason Mraz a tocar no background:



Serviu para tirar umas quantas conclusões:
1) Eu tenho MUITAS ideias feitas.
2) Não sou capaz de aguentar alguém por mais do que o tempo estritamente necessário.
3) Quero fazer as coisas à pressa mas sempre com medo de ser demasiado apressado.
4) Há uma preocupação por parte do N de conhecer as pessoas, o que é bom, e não é evasivo nas respostas, ao contrário de mim.

Então quando O N começou a comparar-me a gajas do secundário só me apetecia chorar do quão ridícula a comparação era, não por ser ridícula mas por ser VERDADE!



O que fazer na baixa do Porto ás duas da tarde? Ele perguntava. Uma pessoa decente poderia querer ir a um museu, ao cinema, não sei. Eu como não sou uma pessoa decente disse o que me estava a passar pela cabeça:

" - Há uma coisa que sabe bem a qualquer hora do dia..."

" - Ah mas isso eu sei que tu não queres..."


No entanto a partir daí posso dizer que a coisa correu bem melhor. Quanto mais conversava com ele mais me apercebia do quão parecidos somos e no entanto da quantidade de diferenças que temos. O pico da conversa foi a simulação da vinda dele cá a casa e tentar sair vivo. A quantidade de trocadilhos estúpidos que fizemos foi colossal, quatro cabeças pensam melhor do que duas.

Enfim, lá fizemos a despedida seca do costume no terminal e eu espero honestamente já não quero saber quando é que as coisas vão ficar molhadas.

1 comentário: